Thursday, August 21, 2014

No tempo que a musica italiana imperava no Brasil

Fans' scrap-books are the best way to judge how successful one was at a certain time. Here's some examples of how successful Italian music was in Brazil between 1963 and 1967.

Rita Pavone was absolute Number One in 1964.
Nico Fidenco the 1st Italian act to break into the Brazilian market with 'Legata a un granello di sabbia'.
Gianni Morandi, #1 with 'In ginocchio da te' - John Foster also #1 with 'Amore scusami'.
Sergio Endrigo visited Brazil a few weeks before the April 1964 military coup; Michele was in S.Paulo in 1965.

Catherine Spaak's 'L'esercito del surf' seldom played on the radio for Wanderlea's cover took over - Giancarlo Guardabassi's 'Se ti senti sola'.
Edoardo Vianello's 'Tremarella' - Pino Donaggio was king with 'Io che non vivo'.
Nico Fidenco's 'Ciò che rimane alla fine di un amore'; Mina's only hit in Brazil: 'È l'uomo per me'. 

Wilton Sevira & Lulu Pavone fazem reminiscências sobre 1964-1965

Viver é sempre bom.  Eu fiquei muito triste com a morte do Walter Tsutsui, em 16 Abril 2021,  principalmente pq o conhecia desde 1962; o pai dele, seu Massao, tinha um armazém na rua Simpatia, onde eu morava na Vila Madalena. Ele estudava de manhã e tomava conta do armazém do pai durante o período da tarde. Eu o conhecia de vista, mas nunca fomos 'amigos', já que eu era meio 'fechado', trabalhava desde meus 12 anos e não 'frequentava' a rua. 

Isso até Setembro de 1964, qdo eu comprei uma vitrola 'A Voz de Ouro ABC' e o LP 'Meus 18 anos' e tocava o disco à exaustão. Walter escutou lá do armazém, que eram 3 casas acima na rua, e falou com minha Mãe (que era freguesa do seu Massao) que gostaria de conversar comigo. Um dia, voltando do laboratório onde trampava, ele estava me esperando perto da entrada de casa e conversamos.  Ele estava com um jornal na mão, com uma foto dos Beatles, mas o assunto nosso foi Rita Pavone, pois ele disse que tinha o 1o. LP da Pavone, que eu ainda não tinha. Ele acabou me emprestando o 1o. e eu emprestei o 2o.  

Depois disso nossa amizade se solidificou; ele me convidou para visitar a casa dele (que era relativamente longe, no outro lado da Vila Madalena, perto do Sumarezinho) num sábado para ouvir os discos que ele tinha.  Era ele, o filho mais velho, a Edna, que devia ter 2 anos menos que ele, um rapazinho chamado Wilton e a caçulinha, Cecília, que devia ter uns 8 ou 9 anos. Ah, havia uma velhinha japonesa na casa tb., que ele chamava de avó. Não sei se por parte da mãe ou do pai. 

Com o passar do tempo Walter foi diversificando seu gosto, se tornou fã dos Rolling Stones, e eu acabei 'embarcando' nessa tb. Enfim, nós nos complementávamos. Algumas vezes íamos ao cinema juntos, mas nosso negócio era principalmente discos e música. Sempre estrangeira.  

Em 1967, o Rita Pavone Fã Clube (de São Carlos) promoveu um 'Incontro di fans di Rita' em São Paulo, e eu pedi ao Walter se poderia ser na casa dele, que era bem grande, com uma sala-de-estar enorme, onde havia uma vitrola grande num canto e um piano do outro lado. Ele falou com a família, que concordou, e o encontro foi histórico;  temos fotos do evento até hoje.
I Incontro di fans di Rita Pavone - 1967 - realizado na casa de Walter Tsutsui na Rua Girassol, Vila Madalena. Walter Teruo é o rapaz de pé, à esquerda; Sandra Pisani Meneguetti, Silvia Paulo Jentsch; sentados estão: Luiz Carlos Marra, Luiz Carlos Amorim & Maria de Lourdes Pelaes.  

Em 1968, a gente meio que se afastou; em 1969 minha familia mudou-se da Vila Madalena e eu acabei me afastando mais ainda dele. Um dia fui assistir 'Satyricon' de Fellini, e o encontrei na fila para ver o mesmo filme no Cine Belas Artes; ele me apresentou a Wilma, sua futura esposa, mas ficou por isso mesmo. Em 1971 eu fui p'ros USA e acabei perdendo contato com ele.

Assim foi nossa amizade. Já nos anos 90s, o pai do Walter comprou um armazém aqui no Rio Pequeno, em sociedade com outros japoneses; era um 'mercadinho' chamado 3-Ms. Certo dia minha Mãe foi lá e a dona Ester (mãe do Walter) estava no caixa, reconheceu minha Mãe, contou p'ro Walter, que pediu meu telefone e nós conversamos ao telefone.

Aí, já no século 21, qdo Walter já estava aposentado e eu tinha voltado da Australia, eu comecei a frequentar a casa dele no Bairro do Limão. Veja que coisa incrível; parecia que tínhamos voltado 30 anos no tempo. Wilma ainda trabalhava de secretária na USP. Eu chegava no Walter as 9 horas da manhã e saía de lá as 14 horas. Já era tempo de computador e Walter sabia como baixar músicas etc. Nossa amizade voltou forte como nos anos 60s. Eu me beneficiei enormemente pois saía de lá com vários CDs gravados, que eu ainda guardo com muito carinho.
 
Depois de 2013-2014 com o agravamento da crise política nacional e o advento do Ódio que caracterizou esse período (que ainda não acabou) eu me afastei do Walter, pois nós tínhamos opiniões opostas. Mesmo assim não brigamos, nem discutimos. Simplesmente nos afastamos. A ultima vez que eu o vi, foi na apresentação da Rita Pavone em São Paulo em 17 Maio 2018. Nos falamos superficialmente pois todos estávamos preocupados em achar nossos respectivos lugares no enorme Tom Brasil; ele e Wilma chegaram ao local, região de Santo Amaro e Granja Julieta, no mesmo taxi com Doris e Luiz. Me parece que o motorista era conhecido dele e Walter convidou Doris e Luiz, que moram em uma rua próxima de sua casa. Nunca imaginei que seria a ultima vez que eu o veria.

E agora, aconteceu essa desgraça; muito triste. O pior de tudo é que enquanto Walter estava internado na UTI por Covid, eu, também, estava com o vírus. Só que devido ao fato de eu ter me vacinado alguns dias antes de me infectar, os sintomas não foram tão devastadores e eu não precisei de internação. Estou em franca recuperação... graças a Deus. 

Fiz uma pequena homenagem ao Walter e seu passamento no Facebook e, eis que própria Rita Pavone se manifestou sobre o falecimento dele. De certa maneira, parecia que Rita tinha se debruçado no ombro do Walter, e cantado aquela música novamente, como aconteceu naquela noite de 27 Abril 1965, no Teatro Record; Walter sentado à minha esquerda, e a Rita Pavone cantando apoiada nos ombros dele. Eu morri de inveja... rs.
 
resposta do Wilton:

Realmente Lu, a morte do Walter foi uma coisa inesperada. Eu, as vezes, conversava com ele por telefone, e ele me dizia que só saia de casa uma vez por semana p'ra ir à feira, mesmo assim só ia nas primeiras barracas, mas que ele estava se cuidando. Esse vírus não tem a menor lógica. Tenho vários amigos que pegaram; graças a Deus a maioria conseguiu voltar pra casa, mesmo ficando longo tempo hospitalizados.

Eu estou bem. Realmente houve uma breve parada cardíaca, mas meu cardiologista não se preocupou. Disse que deve ter sido uma apneia. Segunda-feira volto ao médico que me operou pra ver se está tudo no lugar.

Quanto a música 'Ti ringrazio perchè', eu consegui as músicas daquele LP. Lá tem vários maestros, principalmente Luis Enriquez e Ennio Morricone, mas tem duas que não são com eles.' La verità' com Carlo Pes e 'Ti ringrazio perchè' com Giampiero Reverberi. De qualquer forma, estou te mandando no anexo. Se quiser mais alguma é só falar.
oi Wilton,

obrigado pelo envio de 'Ti ringrazio perchè'. Sim, eu errei... não é o Luis Enriquez, mas o Gian Piero Reverberi e sua orquestra; eram dois irmãos músicos (o outro se chamava Gianfranco Reverberi) que trabalhavam juntos. Eles 'descobriram' o Michele e produziram todos seus discos. 

Aliás, eu fiquei fã do Michele, justamente por causa do Walter. Ele comprou o 1o. LP do Michele, que era ótimo; todas as músicas eram boas. As vezes ele me emprestava o LP, eu levava p'ra minha casa, ouvia 2 semanas e devolvia. Nem gravador tinhamos em 1964-1965. Walter tb. comprou o LP 'Se non avessi più te' do Gianni Morandi, além dos Rokes. Só o Walter tinha esse LP. Eu demorei anos para conseguir o 1o. LP deles, que é ótimo. A maioria das músicas em inglês ainda. 

Já que v. ofereceu, eu gostaria de poder ouvir 'Annamaria' e 'Era d'estate'. Sergio Endrigo era o meu favorito depois da Rita... 

Obrigadissimo pelo envio dessas duas pérolas. A que ficou melhor foi 'Annamaria'; o solo de piano caiu como uma luva em cima do play-back q era para a voz do Sergio Endrigo. Sua mulher se chamava Maria Giulia. 

'Era d'estate' me fez viajar no tempo. Eu morava na Rua Simpatia, na Vila Madalena (como disse na descrição de minha amizade com o Walter). Nós morávamos no 2o andar de um sobradinho; havia uma sacada que dava para a rua e, de lá de cima, dava para ver o Cemitério São Paulo,  a igreja do Calvário e olhando-se para a direita dava para ver Pinheiros e até Osasco lá no fundo.

Todo domingo eu levantava cedo, ia à missa da 7 no Calvário, voltava p'ra casa e ligava o radio para acompanhar as várias paradas de sucessos que existiam na Radio Nacional Paulista, na Bandeirantes, Excelsior etc. Era maio-junho 1964 e a música italiana reinava suprema. 

No período da tarde, geralmente, eu ia ao 'cinema-do-padre', um cine de porte médio anexado à Igreja do Calvário, assistir Gordo & Magro, Mazzaroppi, Jerry Lewis etc. Ao cair da noite (no inverno) voltava do 'cineminha', jantava e já me preparava para ouvir uma outra Parada de Sucessos, essa na Radio Cultura, que começava as 17:00 e ia até as 19:00 qdo já tinha escurecido. 

Nessa Parada da Cultura eles apresentavam os 25 compactos mais vendidos, em ordem decrescente, e quando chegava no final, antes de tocarem a campeã da semana, eles tocavam um música do compacto-duplo mais vendido e logo em seguida uma faixa do LP mais vendido. 

Quando não era Rita Pavone, era algum cantor italiano, e me lembro distintamente que o LP de coletânea 'Gioventù' estava em 1o. lugar e eles tocaram 'Era d'estate' (era verão) com o Sergio Endrigo. Sabe aqueles momentos que a gente nunca esquece na vida, mesmo que não sejam momentos 'importantes'?  Pois me lembro de estar ouvindo 'Era d'estate' lá na sacada, vendo quase tudo já negro pela noite. Walter comprou esse LP. Eu era pobre e comprava 1 LP por mês;  o Walter era 'abonado' e comprava muito mais que eu.

Outra música dessa época que me 'corta o coração' é 'Ciò che rimane alla fine di un amore' (Isso é o que resta do fim de um amor - uma pequena sinfonia), do LP 'Gioventù', com o Nico Fidenco.

Já que  falo de minhas 'músicas inesquecíveis'; outra que me lembra o Walter em particular é 'Stringiti alla mia mano' (Prenda-se à minha mão) que tinha no LP coletânea 'Alta Pressione',  que o Walter também tinha. Essa música eu ligo a ele pessoalmente. Miranda Martino canta (e encanta), mas quem compôs foi Nico Fidenco, que era muitíssimo inspirado.
Esse foi meu sonho de consumo em Setembro 1964. Comprei vitrola 'A Voz de Ouro ABC', série Isabela II, à prestações na Casa Berk, na Rua Theodoro Sampaio, entre as ruas Simão Álvares e Morato Coelho. Prestou anos de serviços prazeirosos. O espaço à direita era para guardar LPs. No final de Dezembro 1964, eu já tinha 4 albuns: 'Meus 18 anos', 'Rita Pavone', 'Via Tiburtina km 12' e 'The International Teen-age Sensation'. 
 
Wilton responde: 

Como eu gosto de ler seus textos. Essas recordações soam p'ra mim muito bem. Eu também tenho algumas lembranças daquele período, principalmente pela dificuldade em comprar discos. Eu era office-boy e quando estava na rua, passava pelas lojas de discos, e pedia para ouvir naquelas cabines que algumas tinham. Ficava um tempão ouvindo e depois não levava nada.

Eu me lembro muito do primeiro LP de músicas italianas que comprei. Era a coletânea (compilation) 'Benissimo' de 1964, que tinha entre todas as músicas maravilhosas, 'L'amore mio' e 'San Francesco' com a Rita. Mas tinha uma que me tocava muito e até hoje eu gosto muito e me faz lembrar daquela época: 'Eravamo amici' com o cantor Dino. Todas as gravações que encontrei dessa música são em mono. Mas ela existe nos arquivos da RCA em estéreo, porque, uma única vez, eu consegui achar, só que para minha grande decepção, só veio a primeira parte da música, cortaram o resto. Eu também adoro 'Ciò che rimane...' do Nico Fidenco.  Não entendo a letra, mas pela melodia acho uma música muito triste, mas muito linda.

Eu cheguei a pedir num programa da Radio Bandeirantes a musica 'Ma dai', do Nico Fidenco, porque eu nunca tinha ouvido antes, e sabia que era o lado B de 'A casa d'Irene'. Grande época que não volta mais, mas que deixou muitas lembranças boas.

Wilton, 

Eu conheço todas as músicas do 'Benissimo', pois tocava esses LPs à exaustão... me lembro de 'Eravamo amici', pois o arranjo do Morricone era bem diferente; no começo eu não gostava muito, mas aos poucos fui gostando bastante. Existe uma gravação com The Rokes, pois a melodia foi escrita pelo Shel Carson, o cara alto dos Rokes. 

Por falar em pedir musicas por telefone, eu trabalhava num laboratório de análises na Rua Theodoro Sampaio; no inicio (1962-1963) era só na parte da tarde, mas a partir de 1964 eu entrava as 8:00 da manhã; ia almoçar em casa e voltava as 13:00 p'ro periodo da tarde. Eu ficava, praticamente, sozinho a maior parte do tempo pois o médico só aparecia de tarde.  Tinha um radio vermelho lá (com o 'casco' de plástico), que um colega levou e deixou na cozinha, que era onde eu lavava os vidros de cocô, xixi, sangue etc. Escutava radio o dia inteiro; das 8:00 da manhã até as 17:30, quando saía correndo para não perder as aulas de ginásio no período da noite. 

Havia um programa na Radio Piratininga entre 9:00 e 10:00 horas da manhã, onde podia-se fazer pedidos de músicas. Era dificil você conseguir ligação, mas eu ficava o tempo todo do programa tentando. Acho que consegui umas 3 ou 4 vezes. Todas as vezes eu pedi músicas da Rita, é obvio. Se não me engano era o Ferreira Martins que apresentava o programa. Ele voltava no período da tarde, a partir das 15:00 para seu 'Programa da Juventude', onde ele recebia e entrevistava o Roberto Carlos, Erasmo, Wanderléa e o pessoal da Jovem Guarda. isso tudo antes de 22 Agosto 1965 quando todos eles se tornaram celebridades pelo programa de TV. 

Wilton responde:

Sim, 'Eravamo amici' não era uma musica muito alegre, mas eu gostava principalmente da segunda parte. Acho que nem o Dino gostava da música, porque nos anos 90 ele lançou dois CDs com remakes de gravações suas e de outros cantores italianos, e não a incluiu. No anexo vc encontra a base com Morricone.

Foi no programa do Ferreira Martins que eu fiz o pedido musical do Nico Fidenco, mas na minha memória era na Rádio Bandeirantes. Eu fui na Cia Telefônica, na Rua 7 de Abril, p'ra fazer a ligação, porque não tinha nem de longe telefone perto de casa.

Inclusive tinha outro programa na Bandeirantes apresentado pelo Enzo de Almeida Passos, que todo dia tocava as mais vendidas (LP, compacto simples e compacto-duplo). Me lembro que  Rita ficou várias semanas em primeiro lugar com 'Cuore' em compacto-duplo, e também da minha frustração, quando pela primeira vez foi suplantada e ficou em segundo lugar. Curioso que não me lembro qual a música que a suplantou.

Sim, eu tenho a versão em espanhol com o Dino. Tenho também uma versão em francês com a Françoise Hardy. Mando no anexo também pra vc conhecer. Tenha um excelente domingo Lu, abraços.

Wilton,
 
Grazie per le due canzoni. A versão da Françoise ficou supimpa. O andamento é mais alegre que aquele do Morricone... gostei bastante. Pena que não entendo francês.

N.B.: esse programa na Radio Bandeirantes não era com o Enzo de Almeida Passos (que era o titular de 'Telefone pedindo bis', na parte da tarde). Esse programa de meia-hora (acho que começava as 9:00 e ia até 9:30) dava o tempo exato de apresentar 5 musicas.

O titular era o Ricardo Macedo, irmão mais novo dos pioneiros Fausto Macedo (o primeiro radialista brasileiro a apresentar uma Parada de Sucessos, em 1948, na Radio Excelsior) e Renato Macedo - que nos anos 1970s apresentava 'vignetes' durante a programação normal da Radio Record, comentando filmes que estavam passando pela cidade; ele tinha um bordão engraçado: não se engane com esse 'lixo'. Ricardo Macedo é quem fazia as pesquisas nas lojas de discos e apresentava as 25 mais no domingo de manhã das 10:00 ao meio-dia. Durante a semana o Ricardo Macedo apresentava essas meia-horas divididas assim:

2a. feira - compactos-duplos mais vendidos - da 10a. posição à 6a. posição.
3a. feira - compactos-duplos da 5a. à 1a. posição
4a. feita - long-plays mais vendidos - da 10a. à 6a. posição
5a. feira - LPs da 5a. ao 1o. lugar
6a. feira - compactos simples mais vendidos da semana anterior - do 10o. lugar ao 6o.
sábado  -  compactos-simples da 5a posição à 1a. 

Ouvindo esses programas diários eu aprendi a gostar de MPB também, pois se vendia muitos LPs de MPB (Bossa Nova) naquele tempo. Aprendi a gostar de Dorival Caymmi, Vinicius de Moraes, 'O Fino da Bossa', LP que tinha pérolas como Ana Lúcia, Alaíde Costa, Wanda etc.

Nos compactos-duplos, as vezes, ele apresentava aquele 'passarinheiro' alemão que gravava os pios dos pássaros e punha acompanhamento musical. Aquilo vendia muito tb., mas nunca tocava no radio, exceto no programa do Ricardo Macedo. O nome do engenheiro que bolou esse 'som' era Johan Dalgas Frisch. Não sei se v. se lembra. Ouvir a Parada dos LPs era ficar culto, pois havia muita variedade.

Em 1964, Rita estava sempre em 1o. lugar, além de aparecer nos LPs de coletânea tb. que ficavam nas posições mais altas, principalmente 'Gioventù', 'Benissimo', 'Ti amo' etc. A minha coletânea favorita sempre foi 'Via Tiburtina km 12'. 

Wilson responde: 

Como sempre sua memória é muito melhor que a minha. P'ra mim era o Enzo. Não me lembro do nome Ricardo Macedo. Mas você deu a ficha completa. Lembro sim do Johan Dalgas Frisch com seus cantos de passarinhos. Na época já era uma raridade ter esse tipo de som tocado numa rádio, imagine hoje em dia. (trocar o funk pelo canto de pássaros???? Um ultraje, rs)

Eu também sou fã do 'Via Tiburtina km.12'. Foi um dos discos que comprei logo depois do Benissimo. E as demais coletâneas italianas 'Giuventu', 'Ti amo', 'Fortissimo', 'Gli anni moderni'. Que seleção musical tinham esses discos.

Na parte brasileira, eu já gostava da Jovem Guarda. Não era muito ligado em MPB, pois eram músicas mais sofisticadas para os jovens daquela época. Mas tudo passa e a gente vai se modificando também.

Lu, foi um grande prazer falar com você mesmo que virtual mais uma vez. Espero que passe logo essa pandemia. Podemos marcar um encontro pessoal e relembrar esses memoráveis tempos incríveis. Quando puder, ou precisar de alguma coisa, pode escrever a vontade. Fico muito feliz.

This dialogue took place in early May 2021

No comments:

Post a Comment